A notícia do fim da parceria entre Medley e o time do Campinas pegou muita gente de surpresa. Nos três anos ao lado da equipe, os investimentos foram sólidos (especialmente na última temporada). Alguns resultados relevantes e o forte apoio da cidade indicavam anos de parceria. Por isso, o fim do projeto, por causa de uma mudança estratégica, pegou muita gente de surpresa.
O possível fim do Campinas/Medley (uma outra empresa pode aparecer como novo patrocinador) pode ter um ponto positivo no vôlei brasileiro. A reação de líderes de outros clubes mostrou que há uma consciência de que algo deve ser feito.
Gustavo, campeão olímpico em Atenas e líder do Projeto do Canoas, desabafou no Twitter "Um patrocinador como esse numa cidade apaixonada por vôlei? Precisamos mudar os conceitos de como manter esses patrocinadores. Se a Superliga não for bem mais longa não teremos mais times. Se esse não é o momento para os poucos clubes que ainda restam, quando será? É hora de deixar de lado velhas rixas e se unir pelo campeonato."
Bruninho, levantador da seleção brasileira e capitão do RJX, também lamentou na rede social "Triste por saber que mais um patrocinador saiu do Voleibol. Temos que fazer algo para melhorar e criar uma fidelidade com os patrocinadores. O Brasil é líder no ranking da FIVB há 10 anos e os clubes acabam todo ano. Segundo esporte do brasileiro na atualidade e jogadores ficando desempregados. Precisamos buscar uma evolução para isso. #porumaSuperligamelhor."
O filho de Bernardinho divulgou uma campanha "Unidos pelo voleibol. Por uma Superliga melhor". A frase é dura e pode ser o estalo para o início de mudança. Agora é um bom momento para alguma coisa mudar.
Sem querer ensinar o Papa Francisco a rezar missa, o Blog Brasil de Ouro pensou em algumas mudanças que poderiam ser adaptadas e usadas pela CBV:
- mudar o calendário dos clubes e passar a contar com mais datas (aumentando o tempo de exposição dos patrocinadores). Um clube como o Unilever/Rio de Janeiro não pode ficar apenas 6 meses em atividade.
- dar mais autoridade para os clubes e ajudar as equipes a formar uma Liga. Como a NBA, que é controlada pelos clubes e não pela Federação, onde os times venderão direitos de transmissão e placa de publicidade - e o dinheiro iria para o caixa dos clubes.
- ouvir mais os jogadores! Eles, mais do que ninguém, têm boas propostas.
Ano que vem corremos o risco de ter 20 equipes na Superliga, contando Masculina e Feminina. Várias equipes estão com o futuro ameaçado - os times bancados por patrociníos privados não são rentáveis e os bancados por prefeitura sofrem por causa de problemas políticos (Florianópolis/Super Imperatriz, São Bernardo, Vôlei Futuro, Fuvinic/Pindamonhangaba, São Caetano). Ah, também tem time grande correndo risco, mas vamos deixar isso para um próximo post....
Nenhum comentário:
Postar um comentário