O  navio "Itaquicê" aportou em Los Angeles naquele 1932 com 82 orgulhosos  atletas brasileiros, 81 rapazes e uma moça, que representariam o país na  Olimpíada. O brilho em seus rostos era produto do suor que brotou da  venda que foram obrigados a fazer, nas paradas do navio ao longo de um  mês de jornada, de parte das 55 mil sacas de café embarcadas no  cargueiro. O lucro serviria para custear sua ida aos Estados Unidos, no  contexto do pós-crash de 1929. Quem não tinha habilidades financeiras  não desembarcou. Apenas 67 deles participaram daqueles jogos. 
Oito  décadas depois, o Brasil está hoje em sua 21ª participação nos Jogos  Olímpicos, agora em Londres. Os 258 atletas que daqui partiram não  tiveram de negociar commodities para financiar sua performance. O que  não os torna menos mercadores de si mesmos. Do entusiasmo com a  brincadeira de pega-pega no pátio da escola ao alto rendimento de um  índice olímpico, os brasileiros que escolhem a carreira de atleta ainda  precisam de muito talento para obter, manter e fazer render o dinheiro  destinado ao esporte. 
"O esporte evolui constantemente. Mas falta  ao Brasil decidir o que quer, elaborar uma política pública nacional  para o esporte", diz Paula Gonçalves, a Magic Paula, ex-integrante da  seleção brasileira de basquete, hoje diretora-executiva do projeto  Esporte e Cidadania da Petrobras, que gerencia o patrocínio da estatal  para cinco modalidades olímpicas. Enquanto essa política não vem, a  construção da carreira de atleta depende de um fluxo de  responsabilidades, comandos e investimentos. Aos papéis do atleta, que  são treinar, competir e, preferencialmente, ganhar, somam-se os de  diversas esferas. As escolas, com seus professores de educação física e a  tarefa de despertar o prazer do jogo; as universidades, que em muitos  países completam a formação do desportista; os clubes, ambiente onde  esses potenciais se desenvolvem; as federações e confederações, que  lidam com o profissional já lapidado; e os patrocinadores, estatais ou  privados, que bancam tudo isso. 
Se, por um lado, o esporte  brasileiro nunca teve tanto dinheiro, por outro, em alguns pontos dessa  corrente há lacunas que ainda impedem que o país seja uma potência  olímpica e seus atletas, profissionais completos. Além disso, por ter um  perfil piramidal, em que poucos chegam ao topo, a carreira de atleta  deixa pelo caminho uma multidão sem acesso ao maior filão dos recursos.  Há, porém, um marco fundamental, que começou a mudar as perspectivas do  esporte brasileiro: a lei 10.264, de 2001, que estabelece que 2% da  arrecadação bruta de todas as loterias federais do país sejam repassados  ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que fica com 85%, e ao Comitê  Paraolímpico Brasileiro (CPB), destino do restante. Em 2012, o COB  estima em R$ 145 milhões a parte que lhe caberá, nos termos da lei. 
O  repasse desses recursos para as confederações de esportes olímpicos  depende de uma série de critérios, entre eles, o desempenho do Brasil  nas diferentes áreas - as modalidades com maior destaque recebem mais  dinheiro. "É uma questão de planejamento. As confederações mais bem  estruturadas, que têm melhores resultados, gestão e um plano bem traçado  para manter e aumentar esse sucesso, são nosso foco", explica Marcus  Vinicius Freire, ex-jogador de vôlei da seleção de prata de 1984 e atual  superintendente executivo de esportes do COB. Assim, o atletismo, o  vôlei e os esportes aquáticos, por exemplo, devem receber R$ 3,2 milhões  cada neste ano. E o levantamento de peso e o tiro com arco, R$ 1,3  milhão. Cabe a cada confederação definir como esse dinheiro será usado, a  partir de um plano quadrienal apresentado ao COB. "Essa grana vai,  principalmente, para a organização de campeonatos e para a equipe  olímpica. E os outros milhares de atletas que praticam o esporte, como  ficam?", pergunta Mauro Silva, presidente da Confederação Brasileira de  Boxe, que recebeu R$ 2 milhões. 
Mesmo quem é destinatário de uma  fatia generosa do bolo reconhece que pode faltar fermento. O presidente  da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta, costuma  usar uma frase para ilustrar as dificuldades do atletismo brasileiro:  "Nem se eu tivesse R$ 300 milhões conseguiria melhores resultados. O  dinheiro não vale de nada sem um investimento na base". É opinião  corrente que o Brasil tarda em cuidar dos atletas mirins, da formação de  desportistas, da base da pirâmide. "O legado da Copa de 2014 e da Rio  2016 tem de ser social e tem de ser o impacto nas escolas", corrobora  Hortência Marcari, ex-jogadora de basquete e diretora de seleções  femininas da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). 
Na Escola  Municipal Silveira Sampaio, no Rio, a opção foi não esperar por soluções  externas. Com abnegação, uma equipe de 12 professores de educação  física treina atletinhas de 10 a 15 anos em modalidades como atletismo,  levantamento de peso, futsal, tênis de mesa, handbol, basquete e vôlei.  "Juntamos dinheiro para levar os alunos aos campeonatos, pagar um tênis  para quem não tem, comprar o lanche. Tudo porque acreditamos que o  esporte molda o caráter das crianças, desperta a liderança e a  sociabilidade", diz Roberto Prata, um desses professores. 
Resultado:  a Silveira Sampaio é campeã dos Jogos Estudantis há 12 anos  consecutivos. E já colocou atletas seus na seleção brasileira de  atletismo e de levantamento de peso. "Foi aqui que eu recebi todo meu  treinamento, virei um profissional graças à dedicação desses  professores", conta Douglas Santos Costa, de 22 anos, hoje levantador de  peso da seleção. Os alunos que se destacam no atletismo na escola são  direcionados para a equipe do projeto Lançar-se para o Futuro,  patrocinado pela Brasil Foods, e comandado pelo treinador Paulo Servo,  ex-professor da Silveira Sampaio. Mas a escola praticamente não tem  apoio. Para tentar conquistar patrocínios e escapar da burocracia por  ser uma escola pública, os professores criaram uma ONG, a Cia. Cadê.  Ainda sem sucesso. 
Iniciativas isoladas como essa podem não ser  suficientes. O próprio COB reconhece que talvez falte tempo para  alimentar o fluxo de novos atletas em todas as modalidades olímpicas até  2016. Embora 10% dos recursos da lei 10.264 sejam voltados para o  esporte educacional, que inclui a organização de olimpíadas escolares e  universitárias e a mobilização de 2 milhões de crianças por ano, o  comitê considera que seu papel seja o de lidar com os atletas de ponta e  não necessariamente com sua formação. "Estamos centrados em tornar o  Brasil uma das dez potências olímpicas e ganhar entre 24 e 32 medalhas  até 2016. Para isso, precisamos nos concentrar no alto rendimento dos  esportes em que já temos tradição e nos que temos potencial de  medalhas", diz Marcus Vinicius Freire. Assim, os gastos do COB com o  alto rendimento no quadriênio olímpico de 2005 a 2008 foram de US$ 250  milhões. De 2009 a 2012, devem ser de US$ 350 milhões, e de 2013 a 2016,  de US$ 770 milhões. "Mas a base é responsabilidade do governo e dos  clubes", acrescenta. 
O Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, vem  chamando para si essa tarefa. Além de procurar talentos entre os  associados, estabeleceu uma parceria com os 44 Centros Educacionais  Unificados (CEUs) de São Paulo, por meio do projeto Brincando de  Atletismo, desde 2008, para capacitar professores da rede pública e  treinar crianças de 8 a 12 anos. Um evento em dezembro de cada ano  celebra a iniciativa - em 2011, 150 crianças de seis CEUs competiram  entre si. E em 2012 a parceria se expandiu, com a Prefeitura de Jundiaí.  "Queremos ter 400 alunos competindo em dezembro deste ano. Se  conseguirmos tirar daí um atleta olímpico, já teremos cumprido nossa  missão", diz o treinador Cláudio Castilho, supervisor técnico de  atletismo competitivo do Pinheiros. 
Paralelamente à formação, o  clube investe nos atletas de ponta das 16 modalidades olímpicas que  abriga. Desde 2003, traçou planos para voltar à elite do atletismo, por  exemplo. Naquele ano, o Pinheiros estava em 29º lugar no ranking do  Troféu Brasil, principal competição do atletismo brasileiro. Agora, é  vice-campeão pelo terceiro ano consecutivo, perdendo apenas para a  equipe BMF&Bovespa, há dez no topo. Os melhores resultados também  atraíram patrocinadores e, assim, o dinheiro do clube, que é uma  entidade não lucrativa, passou a chegar cada vez mais ao atleta. "Hoje, o  atleta bom e excelente vive do esporte, está profissionalizado. O  mercado também se abriu para treinadores estrangeiros, capacita melhor  os brasileiros e os atletas têm acesso à tecnologia de ponta do  esporte", diz Castilho. "Mas ainda falta muito. O discurso do COB não  condiz com a prática, o planejamento estratégico deles não chega a nós e  o esporte vive um eterno recomeçar, vive de glórias isoladas." 
Com  a ajuda de outro marco no fluxo de investimentos no esporte - a Lei de  Incentivo ao Esporte, de 2007, que permite que as empresas destinem 1%  do imposto de renda a projetos esportivos -, o clube conseguiu aprovar  R$ 72 milhões em projetos de suas modalidades e já captou R$ 37 milhões.  Além disso, conta com os patrocínios da Sabesp, Bradesco, 3M, Asics,  Sky e Banco Espírito Santo. "Nem todo esse dinheiro precisa chegar às  mãos dos nossos 2,9 mil atletas, mas sim à estrutura que os cerca",  explica Suzana Pasternak, ex-esgrimista e assessora para gestão de  recursos ao esporte do clube. Essa estrutura inclui nutricionistas,  endocrinologistas, psicólogos, softwares de medição de desempenho, 52  mil metros quadrados de quadras esportivas e duas piscinas olímpicas. "O  atleta precisa se concentrar no esporte, não pode estar permanentemente  preocupado com recursos, com burocracias", afirma Paula. "Ter esse  apoio todo permite que a performance seja o foco." 
É pensando  nisso que tanto sua diretoria, que cuida dos recursos da Petrobras,  quanto as do Pinheiros, do Minas Clube, do Flamengo, pioneiros na gestão  esportiva no Brasil, tentam deixar um legado, um formato de  administração do dinheiro que chega ao esporte, para que também  beneficie a ponta da corrente, o atleta, em forma de salário e  estrutura. Em seu escritório em São Paulo, a equipe de Paula gerenciou  em 2011 quase R$ 15 milhões da Petrobras. Para isso, criou fluxogramas  de 15 procedimentos diferentes, que acompanham a preparação do atleta de  alto nível nas competições nacionais e internacionais - contratação de  treinadores, viagens, compra de material etc. "Queremos criar um modelo  completo, porque cada trâmite é muito dinâmico. Temos que prestar contas  precisas ao patrocinador e ao Ministério do Esporte, mas também temos  de atender às demandas do atleta, que mudam constantemente, por causa de  lesões ou de provas que surgem ao longo do ano", afirma Paula. 
Com  processos mais bem acabados, as empresas tendem a se sentir à vontade  para investir. O presidente da CBAt, Roberto Gesta, dá a dimensão de  como essa mentalidade tem evoluído. Conta que, em uma competição em  Manaus, em 1987, conversando com um amigo que era diretor da Coca-Cola,  pediu permissão para colocar o logotipo da marca nas pistas de corrida,  sem que a empresa tivesse de gastar nada. Era uma forma de mostrar ao  mundo que uma multinacional se interessava pelo esporte. Funcionou. Um  mês depois, o atletismo brasileiro conquistava seu primeiro patrocínio,  do Açúcar União. 
Hoje, a atração de corporações dispensa truques  como esse. A própria Coca-Cola é uma das que bancam diversas  iniciativas. "Queremos vincular nosso nome aos temas relevantes para o  público, especialmente o adolescente, que são a música e o esporte. Por  isso, temos um histórico de parcerias com a Copa e a Olimpíada", diz  Michel Davidovich, diretor geral da Coca-Cola para a Copa 2014 e a Rio  2016. 
A bebida esportiva da Coca-Cola, a Powerade, também  patrocina uma equipe de dez jovens talentos do atletismo e criou o  Powerade Team, com pretensões de emplacar alguns deles já nas equipes de  2016. Uma dessas atletas é Tamara de Souza, de 18 anos, campeã juvenil  sul-americana de heptatlo, 6ª melhor do mundo no ranking juvenil e 23ª  melhor do mundo no adulto. Seu interesse pelo esporte começou ainda  quando menina, na Cidade de Deus, no Rio, pelo futebol, mas "só chutava o  chão". Aos poucos, foi migrando para o salto em distância e, enfim,  para o heptatlo. Hoje, conta com uma equipe composta de treinadora,  nutricionista, fisioterapeuta, médico e psicólogo para desenvolver seu  potencial. "Com tudo isso, posso sonhar em beliscar uma medalha em  2016", diz a garota. 
O dinheiro público, porém, ainda é o  energético mais abundante. Se é fato que o Estado se tornou o principal  financiador do esporte de alto rendimento, também está claro que não há  uma política de alcance nacional estabelecida para o desenvolvimento do  esporte no país. 
O que há é o patrocínio das estatais. Hoje, oito  empresas financiam 22 modalidades: Banco do Brasil, Caixa Econômica  Federal, Petrobras, Infraero, Correios, Eletrobras, BNDES, Casa da  Moeda. Os Correios têm contratos com os esportes aquáticos e o tênis,  nos quais investiu, entre 2011 e 2012, R$ 16 milhões e R$ 5,7 milhões,  respectivamente. A Caixa prevê investimentos de R$ 62,5 milhões, entre  2011 e 2012, na preparação das seleções de atletismo, ginástica, luta e  de esportes paraolímpicos. A Petrobras banca, por meio do projeto  Esporte e Cidadania, 110 atletas, divididos entre boxe (26), esgrima  (16), levantamento de peso (20), remo (24) e taekwondo (24), com  bolsas-auxílio que variam entre R$ 3,1 mil e R$ 1.250. O total do  investimento deve ultrapassar os R$ 18 milhões em 2012. A estatal, que  deve levar 20 atletas a Londres, mantém ainda projetos de esporte  educacional e de memória do esporte. 
Essa memória tem uma guardiã.  A professora e psicóloga Katia Rubio, coordenadora do Centro de Estudos  Socioculturais do Movimento Humano, da Universidade de São Paulo (USP),  elabora, há 12 anos, um censo do esporte olímpico brasileiro, com  patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo  (Fapesp). Ao grupo de pesquisa, interessa entrevistar todos os atletas  que foram a uma edição olímpica, mesmo que não tenham competido ou que  tenham participado em modalidade de demonstração. Cerca de 700  entrevistas já foram realizadas. "Uma conclusão é que o brasileiro é  formado para ir à Olimpíada, não para ganhar", diz Katia. 
Por  aqui, o discurso afirmativo, vencedor, é visto como arrogância. Com  isso, dos 1.677 atletas que foram aos jogos, apenas 281 voltaram com  medalhas - quando se desdobra o número de 91 medalhas entre os  representantes de esportes coletivos. A professora diz que aquela imagem  do atleta que treina descalço, nos fundos do Brasil, ainda é mais  representativa do esporte nacional do que a do sucesso de um Cesar  Cielo. "Nunca tivemos tanto dinheiro, mas o atleta nem sempre tem acesso  a ele. Conheço casos de atletas que venderam sua casa, dormem no carro,  para poder competir em alto nível, porque a verba está parada nas mãos  da ONG que deveria ajudá-los", relata. 
Não se transforma alguém em  atleta de ponta em menos de dez anos. Por isso, o Brasil lida ainda com  "as sobras" do modelo anterior à lei 10.264, acredita Katia. "A  iniciação esportiva, hoje nas mãos dos clubes, não consegue estabelecer  um elo com as universidades e, de uma maneira geral, o acesso aos clubes  é muito restrito", diz. Ela se coloca entre os defensores de uma  política de governo para o esporte. Por enquanto, o Ministério distribui  dinheiro, as estatais fazem o mesmo e o COB gerencia o dinheiro da lei  10.264. Resultado: cada um aplica como quer, sem um plano integrado, com  metas bem definidas. "Para 2016, contratamos a banda antes da festa. O  Brasil acha que pode dar jeitinho em tudo, mas não tem como dar jeitinho  em resultados, em desempenho." Em contrapartida, ela crê que deve haver  uma guinada na mentalidade dos esportistas, tanto para um espírito mais  vencedor quanto para uma preparação mais sólida para o pós-ápice. 
Essa  cabeça voltada para a vitória vem sendo moldada aos poucos - e pelo  marketing. Um ídolo do esporte, hoje, deve ter, além de resultados,  carisma para "se vender", principalmente nas redes sociais, e, assim,  atrair patrocínio. "Orientamos nossos atletas a se comunicar de uma  forma que aproxime os fãs e, a partir daí, podemos buscar mais  financiadores e contratos de trabalho melhores", observa Alexandre  Folhas, sócio-diretor da MVP Sports, empresa de marketing esportivo que  gerencia as carreiras de atletas como Paula Pequeno, do vôlei, e Fabiana  Mürer, do salto com vara. 
Falta moldar melhor a cabeça do  pós-ápice. Em diversas modalidades, aos 30 anos o atleta já está velho.  Se aos 16 começou a ganhar algum dinheiro, o que é raro, teve 14 anos de  carreira. Em muitos casos, tornou-se arrimo de família logo cedo. Não  poupou. Não estudou. E, além de tudo, tem de lidar com o baque de parar  de competir. "Comecei a me preparar para deixar o esporte dois anos  antes", lembra Paula. "Os atletas pensam pouco na transição para outra  carreira. O meu projeto, por exemplo, tem bolsa de estudos para os  atletas. Se tem 15 que usam, é muito." 
A opção mais comum dos que  escolhem fazer um curso universitário é pela educação física ou  fisioterapia. Mas ainda são poucos os que conseguem dar esse salto para  uma nova profissão. O COB criou um departamento de educação pensando em  ajudar esses atletas. É dividido em um programa de gestores, que inclui o  curso avançado de gestão esportiva, em sua terceira edição; uma  academia de treinadores, que capacita técnicos, tanto para a formação  quanto para o alto rendimento; e em um programa de apoio a atletas, que  contempla a transição de carreira. Este último começou em dezembro do  ano passado e já conta com 11 atletas, entre eles Maurren Maggi e Daiane  dos Santos, que acompanham histórias de transição bem-sucedidas e são  treinados para fazer a sua própria. "O Comitê Olímpico Internacional  valoriza essa iniciativa, mas não a exige. É uma medida nossa", diz  Soraya Carvalho, ex-ginasta e coordenadora do departamento. 
A  expectativa de quem lida diariamente com o esporte no Brasil é que, aos  poucos, uma nova geração de gestores seja formada. Essa pode ser uma  maneira de melhorar a vida do atleta da base, já que ex-esportistas  estariam no comando e olhariam com carinho para isso; do atleta de alto  rendimento, cercado de gerentes competentes; e do próprio ex-atleta, que  encontraria uma forma de permanecer ligado ao esporte mesmo sem  competir. 
"Ainda não temos diálogo no esporte. Cada um age por si.  Mas já está pintando uma turma antenada, que conversa, pensa no macro,  tanto de jovens atletas quanto de veteranos", diz Paula. Quem sabe,  assim e com a ajuda do tempo, a única commodity com que o atleta  brasileiro tenha de se preocupar seja a do ouro de suas medalhas. 
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