sábado, 1 de outubro de 2011

Sem acreditar muito na vaga em Londres, pólo brasileiro já pensa em projeto para 2016

Às vésperas de disputar o Pan-Americano – que vale vaga na Olimpíada de Londres –, a seleção brasileira de pólo aquático prefere não alimentar muitas esperanças quanto a sua participação nos Jogos do ano que vem. Ainda com duas possibilidades de classificação, tanto a equipe feminina quanto a masculina são realistas na hora de pensar em 2012 e já falam em uma preparação focada para daqui a quase cinco anos.

Por ser uma competição classificatória para a Olimpíada, o Pan de Guadalajara é considerado a grande prioridade do pólo aquático brasileiro neste ano, mas considerando que os Estados Unidos também estão nessa disputa, a tão sonhada e inédita vaga olímpica se torna algo bastante improvável. Cientes da superioridade tanto dos atuais campeões, quanto do Canadá, que é outro país tradicional nesse esporte, os brasileiros já não contam muito, nem com o ouro no México, muito menos com uma chance de disputar os Jogos em 2012.

Passado o Pan, só haverá mais uma oportunidade para o Brasil se classificar para a Olimpíada de Londres: o Pré-Olímpico, que acontece também no ano que vem. No entanto, essa opção é considerada completamente utópica pelos times e pela própria Confederação Brasileira dos Desportos Aquáticos (CBDA). Isso porque o Pré-Olímpico de pólo aquático é disputado em nível mundial, não há separação por continente, o que torna as chances brasileiras praticamente inexistentes.

“Os três primeiros no Pré-Olímpico se classificam (para a Olimpíada de 2012), só que o Pré-Olímpico do pólo é mundial. Então participam todos os países europeus, que têm tradição no pólo, é muito difícil furar esses países. O Pan seria mais fácil porque é uma disputa só entre as Américas”, analisou o coordenador técnico do pólo aquático na CBDA, Ricardo Cabral, em entrevista ao ESPN.com.br.

São 12 vagas para a Olimpíada no pólo aquático masculino e oito no feminino. No caso dos homens, os países já classificados são Sérvia (campeã da Liga Mundial deste ano), Itália, Croácia e Hungria (2°, 3° e 4° lugares, respectivamente, no Mundial de Xangai), além de Austrália (representante da Oceania) e Inglaterra (país sede). Do lado feminino, os únicos já classificados são Austrália e Inglaterra, já que o Mundial não dá vagas para os Jogos.

Assim, levando em consideração a realidade brasileira no pólo aquático, a CBDA já pensa nas equipes com um foco nos Jogos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. Como o Brasil já tem vaga garantida por ser o país sede da competição, a ideia é investir na formação das equipes de pólo desde já, quando terminar o Pan-Americano de Guadalajara.

“Acabando o Pan, acaba o nosso ciclo olímpico de 2012. Aí a gente vai começar a trabalhar com um grupo de atletas jovens, que estejam em fase acadêmica, com perfil que a gente possa cuidar deles até 2016. Vamos pegar atletas na faixa de 20, 21 anos, que possam se dedicar exclusivamente ao pólo, e vamos trabalhar com eles pensando em 2016”, explicou Ricardo.

O problema é que o pólo aquático, assim como grande parte dos esportes olímpicos no Brasil, não é profissionalizado. Por causa disso, é muito difícil convencer atletas a se dedicarem quase que exclusivamente aos treinos, resrvando boa parte do seu dia-a-dia para eles. Mas a CBDA já pensa em uma solução para isso.

“Vai ter auxílio, ajuda de custo, vamos aumentar os valores dessa ajuda de custo”, resumiu o coordenador.

Mesmo sendo otimista, Ricardo Cabral tem a ciência de que o Brasil não brigará por medalha no pólo aquático nos Jogos Olímpicos de 2016. Mas, ainda assim, o objetivo será conseguir uma participação que marque a história desse esporte no país.

“Eu vejo uma luz no fim do túnel. Não dá para sonhar que em 2016 vamos ter medalha, mas nós temos que nos preparar para jogar bem, tentar ficar entre os oito primeiros da Olimpíada para que isso possa nos abrir as portas para depois”, finalizou.

postagem retirada do site: www.espn.com.br - por Renata Mendonça - 08/09/2011 às 14;56 horas

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