segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Voce conhece um esporte que acontece a mesma situação?


Ginasta só recebe argola no fim do ciclo

2012 Aparelho como o de Londres chegou a Arthur Zanetti há 3 meses

RODRIGO MATTOS
Folha de São Paulo de 23 de julho de 2012
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Maior candidato da ginástica brasileira a conquistar medalha em Londres, Arthur Zanetti treina com argolas iguais às que serão usadas na Olimpíada há só três meses.
Recebeu o aparelho do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) após um pedido de seu técnico, Marcos Goto. Segundo ele, ajudaria se o aparelho tivesse chegado antes.
Não faltou dinheiro. Em 2010 e 2011, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) recebeu R$ 7,214 milhões do governo federal para comprar equipamentos de ginástica.
"Até agora não chegou nada para a gente", disse Goto, que lembrou que o material do esporte "é muito caro".
A CBG contribui para Zanetti com o empréstimo de um tablado de solo para o ginásio do Serc Santa Maria, seu clube em São Caetano.
"Não tinha o tablado até o Zanetti conseguir o primeiro bom resultado no solo. Eu peço, mas tem a burocracia no país", observou Goto.
Até o início do ano, as argolas usadas pelo ginasta não eram iguais às olímpicas, mas eram equipamentos de bom nível internacional. Foram bancadas pelo Serc e pela associação de pais do clube.
O atleta também usou argolas feitas pelo seu pai, Arquimedes, que é serralheiro.
O aparelho de nível olímpico chegou quando Zanetti foi incluído no Time Brasil, projeto do COB para a elite dos esportistas nacionais.
Para Goto, no Brasil, atleta só consegue apoio quando chega ao topo. Antes, ele treinou o ginasta desde 1998 com o que havia disponível no clube. Assim, Zanetti foi vice-campeão mundial em 2011.
Com essas condições e resultados, Goto admitiu que o pupilo é uma flor no deserto.
"A aparelhagem que eu usava no início era de terceira linha. Há uns sete ou oito anos, começaram a mudar os aparelhos", contou Zanetti.
Mas ele sempre teve acompanhamento de um psicólogo e uma nutricionista.
Hoje, além dos equipamentos novos, o ginasta é submetido a exames bioquímicos e avaliações do equilíbrio do corpo feitos pelo COB.
Sem querer falar em medalha, o ginasta acredita que um bom desempenho em Londres-2012 pode incrementar a realidade do esporte.
"Alcançando bons resultados, beneficia-se toda a ginástica", afirmou Zanetti. "Antes, a ginástica masculina contava só com um atleta. Agora, são três. Em 2016, poderemos ter uma equipe."
Na visão de seu treinador, a meta de desenvolver uma equipe é plausível. Porém
Goto não acredita que há chance de transformar o Brasil numa potência da modalidade em quatro anos. "Leva muito mais tempo para formar um atleta desses."
A reportagem da Folha tentou sem sucesso contatar representantes da CBG.

Um comentário:

Anônimo disse...

No polo aquático, alem de não ter investimento. Temos nas seleções: tecnicos mal preparados, tecnicos que não se importam em levar o melhor time, e sim levar atletas de seu clube...
Se o tecnico não se importa, o presidente vai se importar??

Pensem nisso