segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Basquete muda gestão e volta a atrair público e patrocínio

Szpiro, diretor do Flamengo: "A gente precisava se unir e criar coisas novas"
O ano de 2008 pode ser lembrado como aquele em que o banco americano Lehman Brothers faliu, aprofundando a crise econômica nos Estados Unidos e jogando o mundo em gravíssima recessão. Mas 2008 também marcou o início de uma reviravolta no basquete brasileiro, que enfrentava, havia anos, sua própria crise, perdendo público e patrocinadores. Decididos a mudar a gestão do esporte no país, 16 clubes de basquete fundaram a Liga Nacional de Basquete (LNB) e criaram o Novo Basquete Brasil (NBB), o campeonato mais importante do país.
O símbolo dessa mudança, iniciada há três anos e meio e que trouxe de volta ao basquete masculino patrocínios e torcedores, é a participação do Brasil na Olimpíada deste ano, em Londres. O país estava fora dos Jogos Olímpicos desde 1994. E há chances reais de conquistar uma medalha - no sábado o Brasil venceu a China por 98 a 59 pontos. Hoje enfrenta a Espanha.
Até 2008, os torneios de basquete ficavam sob a coordenação da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), mas os clubes queriam independência para discutir questões financeiras, de infraestrutura, transporte, ingresso e patrocínio. "Era um movimento mais que maduro na cabeça dos dirigentes: a gente precisava se unir e criar coisas novas", diz Arnaldo Szpiro, diretor de basquete do Flamengo e um dos membros do conselho de administração da LNB.
Diretores de clubes de Minas Gerais, Brasília e Rio de Janeiro decidiram procurar as equipes de São Paulo, que eram as mais fortes do país. "Existia uma cisão de São Paulo, que queria fazer uma liga só do Estado", lembra Szpiro. "Tivemos que lavar muita roupa suja para hoje ter essa visão de que os clubes sozinhos não são nada."
Sem plano de negócios, mas com ideias, os diretores dos clubes foram procurar a Rede Globo, que já transmitia o Campeonato Brasileiro de Basquete, organizado pela confederação. Em quatro meses surgiu o produto NBB, que substituiu o antigo campeonato, com a chancela da confederação. Assim, o novo campeonato (NBB), classifica o Brasil para disputar torneios internacionais.
Acordo fechado, a Rede Globo assumiu, no fim de 2008 os direitos comerciais, o licenciamento e a transmissão do NBB. Na última temporada (novembro de 2001 a junho de 2012), a Globo transmitiu dois jogos na TV aberta e todos no canal pago SporTV. A Globo Marcas entrou no projeto para "aproximar o público em geral do universo do basquete e da TV" e desde janeiro de 2011 já licenciou produtos voltados para a torcida como camisas, shorts, tênis, relógios, canecas e bonés, informou a Central Globo de Comunicação.
Com o apoio da confederação, a Liga assumiu a gestão de seus torneios masculinos. Em 2010 foi criada a Liga de Basquete Feminino, também independente e chancelada pela CBB, mas não alcançou o status da LNB. A confederação continua a gerir outros campeonatos, como os de base, e as seleções.
"É como se o Clube dos 13 do futebol tivesse dado certo", compara Sérgio Domenici, gerente executivo da LNB, referindo-se ao grupo que defendia os interesses dos principais clubes de futebol do Brasil, desfeito em 2011. No basquete, o direito pela transmissão dos jogos, por exemplo, é negociado pela Liga, e não com cada clube, como no futebol. O contrato com a Rede Globo, segundo Szpiro, vai até 2018.
Para um clube ser aceito na LNB precisa ter contratos de patrocínio e aceitar uma vistoria na infraestrutura. O orçamento mínimo anual para participar do NBB é de R$ 1 milhão, sendo R$ 200 mil gastos em infraestrutura (transporte e alojamento das equipes). O resto, diz Domenici, é folha de pagamento. A maior parte dos gastos é coberta por patrocínio, mas há casos em que o próprio clube cobre despesas (salário de técnico ou viagens do time). Há equipes com orçamento superior a R$ 6 milhões.
A Liga conta atualmente com 20 clubes associados, e 19 devem participar da nova temporada do NBB, diz Domenici. Os times podem se licenciar do campeonato por até dois anos consecutivos. Ele diz que o nível das equipes é bom, o que faz a competição ser acirrada e atrair audiência. "No penúltimo campeonato, seis equipes tinham chance [de ficar em primeiro lugar]; no último, eram quatro."
Depois do NBB, a Liga já lançou dois produtos: basquete para jovens e um torneio interligas, entre Brasil e Argentina, com quatro times de cada país.

Este blog, não vai fazer nenhum comentário, nem comparação com o que acontece com os esportes aquáticos e especialmente o polo aquático, que a partir de setembro de 2012, terá sua Liga gerida pelos mesmos que estão há mais de 20 anos no poder. Que com certeza terá nenhuma visibilidade, como sempre. Sim vai ter visibilidade o último jogo em dezembro sendo transmitido com certeza por volta de meio dia.

O que mais enriquece o que aconteceu com o basquetebol, é que eles os dirigentes reconheceram os erros cometidos e o esporte tinha chegado ao fundo do poço literalmente.
Mas não é o caso do polo aquático, que está sempre bem conduzido, inclusive com inúmeros amantes-polo acreditando nisso para manter seus sustentos. 


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