sexta-feira, 27 de julho de 2012

Nascido no Rio, atleta da seleção italiana de polo não tem contato com o Brasil



Nascido no Rio, atleta da seleção italiana de polo não tem contato com o Brasil

Pietro Bonfiglio, de 28 anos, passou a maior parte da vida na Austrália, defendeu a seleção local, mas agora jogará pela equipe europeia em Londres.




Reprodução/ BBC
Pietro Bonfiglio

Fora ter nascido no Rio de Janeiro e ter parentes no Brasil, Pietro Bonfiglio mantém distância do país de origem. O atleta de polo aquático passou a maior parte da vida na Austrália, tanto que jogou pela seleção local, mas em Londres ele vai experimentar o gosto de defender a sua nova pátria: a Itália, repetindo o caminho de outros brasileiros que praticam a modalidade.
"Sinceramente penso pouco na minha nacionalidade. Onde estou com minha família me sinto em casa. Se levo a família ao Brasil, à Austrália, à China, a qualquer lugar, vou me sentir sempre em casa. Agora, nesta fase da minha vida, sou italiano e, no caso das Olimpíadas, defendo a bandeira do país.", explica o jogador de 28 anos.

Filho de uma família esportista, Figlioli começou a carreira profissional em 2002, na Austrália, para onde havia se mudado com a família aos quatro anos de idade. "Fiz muita natação porque meu pai era meu treinador na escola, mas também tentei vários outros esportes, desde futebol, críquete, vôlei, até atletismo. Mas adoro estar na água e acabei gostando mais de polo aquático.", conta um pouco do início da trajetória o italiano, que esteve com a Austrália nos Jogos de Atenas e Pequim.

Depois da competição na China, ele começou a jogar por clubes italianos, foi aí que obteve a cidadania italiana. "O mundo gira em torno do futebol, sobretudo aqui na Itália, mas os esportes devem ter a divulgação certa para se tornarem mais seguidos pelo público”, pede. Além disso, opina, "80% do que acontece (no polo aquático) é debaixo d'água. É difícil explicar aos espectadores o que acontece lá embaixo e atrair o público".

Após tanto tempo morando e convivendo fora do Brasil, ele reconhece que restaram poucas raízes com o país sede dos Jogos de 2016. "Não tenho ligações com o Brasil, infelizmente. Tenho uma avó, uma tia, um tio e duas primas, mas temos pouca relação, e as passagens são muito caras para irmos com mais frequência",
A dificuldade existe até para se comunicar em português, tanto que ele recebe “aulas” particulares do companheiro de time Felipe Perrone, brasileiro mas que é da seleção espanhola.

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