terça-feira, 21 de setembro de 2010

Para reflexão

O abismo entre EUA e Brasil no marketing esportivo

No último final de semana, a cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo, recebeu a etapa seletiva do Campeonato Brasileiro de Beisebol Universitário. Em sua segunda edição, o torneio é um dos poucos ligados à modalidade, quase sempre disputada pela colônia japonesa aqui no Brasil.
O detalhe dessa vez ficou por conta do patrocínio que o torneio conseguiu atrair. A edição de 2010 da competição terá o apoio da Major Legaue Baseball, a liga de beisebol dos Estados Unidos e organizadora da mais importante competição da modalidade no mundo.
O apoio da MLB ao beisebol brasileiro revela um pouco mais do abismo que existe quando se trata de marketing esportivo nos mercados dos EUA e do Brasil. Enquanto ainda engatinhamos nos conceitos relativos à promoção do esporte, os americanos cruzam fronteiras e colocam o seu estilo agressivo de atuar em todos os cantos do mundo.
O esporte tem de entender que ele está inserido na indústria do entretenimento e, como tal, precisa atrair o maior número de consumidores para si. O futebol do final de semana concorre com as outras modalidades esportivas, com a família, com o restaurante, com o cinema, o shopping, o teatro, etc. A disputa não é entre os dois times que ali estão. Pelo contrário. Eles são "sócios" desse produto.
É assim em todos os esportes. E é assim que o americano enxerga o seu campo de atuação. Ao apoiar o beisebol no Brasil, a MLB consegue atrair um grupo de pessoas para o seu esporte. Esse atleta em potencial no Brasil pode preferir o beisebol ao futebol, à praia, ao parque, ao cinema, ao computador, etc. E, se isso acontecer, ele muito provavelmente terá a MLB como referência para consumir o esporte.
Há anos que o futebol brasileiro confunde internacionalização de marca com conquistas em território estrangeiro. Ser campeão do mundo é, para muitos, sinônimo de ser um time reconhecido internacionalmente. Para que isso aconteça, não basta disputar uma competição durante duas semanas. É preciso promover a sua marca no exterior.
É o conceito que a MLB implanta agora no Brasil, e que o basquete e o futebol americano já fizeram há décadas. O Brasil tem muito o que aprender com o estilo americano de promoção do esporte. Do contrário, continuaremos a aceitar que a liga de beisebol dos EUA venha desenvolver a modalidade no país. Por que não fazermos o movimento contrário em relação ao futebo, por exemplo?
O abismo ainda é muito grande entre Brasil e EUA.
Matéria retirada do blog de Erich Beting - hospedado no site: www.uol.com.br postagem do dia 20/09/2010

4 comentários:

Anônimo disse...

Existe um mito mto grade com relação a atuação dos EUA no q diz respeito a um monte de coisas, uma delas, o marketing esportivo. Q eles estão à nossa frente nesse ponto, ñ há dúvidas, mas ñ é assim tão perfeito e maravilhoso como um toque de Midas, ou seja, tudo q eles tocam vira ouro. O beisebol, por sinal, é um caso bem específico, ele é, mais do qq outro, o esporte símbolo dos EUA, é quase uma questão de orgulho nacional. Mas tirando os EUA, os países da América Central, q funcionaram como satélites americanos por muito tempo, e o Japão, q teve uma fortíssima presença americana após a 2ª Guerra, aonde o beisebol é forte? Aliás, esse é mais um dos esportes q nunca se firmaram no cenário olímpico, justamente graças a sua pouca abrangência mundial.
Vamos ao ponto q nos interessa aqui, o polo. Quem teve a oportunidade de assistir as partidas da Super Final da Liga Mundial feminina, viu um espetáculo super pobre. As 8 principais seleções do mundo jogando no centro de treinamentos dos EUA, numa piscina acanhadíssima, com ausência total de público e uma transmissão via internet totalmente amadora. E aí? Cadê o marketing esportivo americano qdo se trata do polo? A questão do polo aquático é estrutural em nível mundial. As cabeças q comandam o polo no planeta tem q mudar sua visão e sua maneira de comandar o esporte. Ñ é só uma questão de boa vontede ou de ter boas idéias, mas, fundamentalmente, uma questão política. As ações de marketing são um segundo passo nesse processo e ñ uma solução mágica.
Abs.

Luís Fernando Reis disse...

Clodoaldo, o que a reportagem diz vem ao que voce prega. É óbvio que a direção do Beisebol americano tem noção do que seu esporte é pouco praticado, mas lembro que Cuba é uma potência, bem como os países da América Central e até a Venezuela tem mais praticantes de beisebol do que futebol, alias, acho que lá é o primeiro esporte. O que eles através dessas ações é popularizar o esporte em outros países, e o Brasil devemos lembrar está hoje numa situação excelente economicamente, e tem 190 milhões de pessoas sendo que hoje certamente teríamos 80 milhões consumidroes de lazer e esporte. O que foi muito bem colocado a necessidade de público consumidor e aumento de participantes, que independentemente do problema do polo aquático mundial, que não devemos apenas no caso do Brasil dizer que é decorrente das cabeças do polo aquático mundial e tão pouco de nossos dirigentes e sim observamos no Brasil, a culpa sim da maioria dos clubes diga se de passagem falidos que não estimulam categorias de base bem como de pessoas abastradas do polo aquático que só se preocupma micro e não macro, se ligando a projetos pessoaque não fajudar de vários is e não há projetos para o crescimento do polo como um todo

Anônimo disse...

Volto a insistir nos argumentos do meu comentário anterior. É muito fácil falar da eficiência do marketing esportivo americano qdo se trata do beisebol, esporte nacional dos EUA. Ñ consigo ver no q isso possa nos servir de exemplo. Pq o marketing americano ñ faz milagre com o polo, então? Essa discussão de público consumidor e maior nº de praticantes ñ pode ser ingênua. Ñ se trata de uma jogada genial de marketing q vai resolver o problema, isso é secundário. A questão é política. O q quer dizer isso? É simples: qual a política q a FINA e a LEN tem com relação ao polo? O q seus membros pensam do esporte e aonde pretendem chegar com ele? Quais estratégias são traçadas para se alcançar os objetivos e quais são os aliados e os recursos para essa tarefa? A partir dessas definições começa-se a promover as ações (aí sim, entra o marketing). O futebol se tornou o maior esporte do planeta graças a uma política de desenvolvimento em todos os cantos do globo. Isso envolveu articulações políticas com federações e governos, uma sistemática distribuição de recursos para as federações mais pobres (em especial da África), transferência de know-how tanto na parte administrativa qto na parte técnica, incentivo ao intercâmbio etc. Eu pergunto, a FINA e a LEN desejam algo parecido para o polo? Me parece q ñ. O polo se contenta em ser uma ação entre amigos, com seus campeonatozinhos secretos, passando o bastão de pai para filho. No Brasil, país periférico do polo, a situação é ainda pior. Nunca tivemos, em nenhum governo, uma política para o esporte, de um modo geral. Aqui, os clubes são a célula esportiva, o q provoca um efeito cascata. São entidades amadoras, mal administradas (para dizer o mínimo), falidas e voltadas para o quadro social (o esporte de competição é um estorvo). Já a CBDA tb ñ tem uma política clara de desenvolvimento do polo. Fazer o q? Seleção permanente, tentando alcançar, a médio prazo, resultados internacionais de destaque chamando a atenção de público e investidores para o esporte? Ou fortalecimento da base para da quantidade se colher a qualidade? Para mim, pelo menos, ñ é claro. E isso tudo, veja bem, para figurar entre os melhores num esporte bastante obscuro mundialmente. É uma situação complexa, q ñ se resume a marketing esportivo. Ñ adianta ficar pegando exs. de sucesso de outras modalidades e de outras culturas e achar q basta implantar aqui para resolver tudo.

Anônimo disse...

Clodoaldo e Luis
Vou entrar nessa discussão que acho muito boa. Primeiro estamos tratando de 02 forams de esporte: O profissional americano, no qual inegavelmente existe um profissionalismo ao pensar no esporte e as estratégias de marketing se incluem nele, principalmente, do fortalecimento das marcas, NFL, NBA e no caso a de baseball tanto internamente quanto externamente. A prova está na matéria acima. O esporte é tratado como produto e como tal precisa de consumidores diretos e indiretos e estratégias para atraí-los e mantê-los. Outros como o polo, estão vinculados à Federações Internacionais Amadoras, que não sabem exatamente o que querem. A própria FINA não reconhece o esporte profissional, apesar de quase o ser na Europa. As leis de transferências, Liga Mundial etc, são exemplos disso. Não existe um projeto efetivo para desenvolver o polo no mundo fortalecendo a merca "water polo".
A USAWATERPOLO contratou uma ex-diretora de marketing da Disney de Aneheim, mas pelo visto não funcionou. Em termos técnicos estão ótimos, fazem uma seleção permanente, rodam o mundo, ganham medalhas olímpicas, mas nem o americano sabe o que é o esporte.Para minha surpresa no Pan Jr fui convidado para apresentar as estratégias de divulgação do polo que fizemos ultimamente pela Internet: Liga Nacional e Clínica Virtual. Televisão, mesmo canal fechado, para eles, é um sonho distante.
Resumindo, concordo com o Clodoaldo. Os americanos são muitos bons em marketing esportivo. Entretanto, para os esportes profissionais.
Abs
Ricardo Cabral