Preocupante mediocridade

Todos os amantes do pólo estão cansados de conhecer e criticar a situação do esporte. Porém, depois de assistir ao desempenho brasileiro o pólo no Mundial de Roma, ficou no ar uma sensação de que com um mínimo de investimento, em intercâmbio, treinamentos, etc., nossas seleções poderiam almejar colocações melhores.

Vale lembrar da campanha do feminino, onde o Brasil conseguiu fazer jogos duros (principalmente no início das partidas, antes de cansar) com todas as equipes, tendo empatado com a Alemanha e perdido o 3º lugar do grupo no saldo de gols. Não é muito, mas era algo com o que se animar.

Ora, o pouco de esperança que havíamos resgatado parece ter sido completamente dissipado pelos resultados da Seleção Jr. Feminina na Rússia. Ao pensar em uma mudança no nível do pólo brasileiro, deve-se ter consciência de que esta deve se dar de baixo para cima, ou seja, das escolinhas, passando pelas categorias de base, até chegar ao adulto. Por isso, é extremamente preocupante ver a Seleção Jr. pior do que a Adulta, pois será ela que representará o Brasil amanhã. E seguindo uma lógica, os resultados dessa geração júnior no adulto serão piores do que os da geração adulta atual.

Antes de qualquer crítica, vale ressaltar que quem tem menos culpa nessa história são as próprias atletas, que sacrificam estudo e família para realizarem o sonho de representar seu país. Ao invés disso, deve-se enaltecê-las por estarem, literalmente, "botando a cara a tapa" para defender o Brasil. O nível das atletas é apenas um reflexo da organização, da estrutura do esporte.

Alguns de vocês podem até estar questionando: "Com tanta indignação, será que ele achava que o Brasil iria disputar o título?". Pode parecer que sim, mas não, não achava que a Seleção tinha chances de ser campeã. Até porque o grupo do Brasil é um dos mais fortes. Todavia, os resultados surpreenderam. Como postado pelo Eduardo Vieira, Brasil 3 x 32 Rússia foi simplesmente o pior resultado da história. As brasileiras ainda tem chances reais de vencer Uzbequistão e Cazaquistão e desse modo terminar em 13º. O que, dentro do quadro atual, seria ótimo, uma verdadeira vitória.

O alarme brasileiro, que já estava acesso há bastante tempo, parece ter queimado de vez. A hora de começar a mudar já passou há muito. No final do mês, será a vez da Seleção Masculina. A expectiva é a pior possível. E não deve-se culpar atletas e treinador pelos resultados que virão.

Parece que só eu e o Eduardo não conseguimos nos acostumar com a ideia de ser goleado em cada campeonato. Pois, enquanto isso, a Confederação deve estar recebendo tranquilamente os resultados. Afinal, o "efeito Cielo e melhor Mundial da história" tem abafado todas as críticas dos meios de comunicação de massa à instituição. Mudar o pólo ? Procurar investimentos ? Criar novos núcleos em outros estados ? Dá muito trabalho ...

Solução mesmo em nível nacional para o pólo ? Só o SESI. E, falando em SESI, estamos preparando a matéria sobre uma conquista internacional inédita do pólo brasileiro realizada pelo time paulista. Aguardem ...



Campanha do Brasil no Mundial Jr. Feminino:
Brasil 2 x 18 Holanda
Brasil 3 x 15 EUA
Brasil 3 x 32 Rússia

Gols pró: 8
Gols contra: 65

Ass.: Luís Guilherme Reis