segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pro Recco prepara a volta por cima

O presidente do Pro Recco, Gabriele Volpi (foto: waterpoloweb), planeja renovar e remoçar a equipe do Recco já para a próxima temporada, visando cumprir a meta de, em 2013, ano do centenário do clube, ostentar 8 Euro Ligas na sala de troféus (o Recco possui 5), batendo o recorde do Mladost, da Croácia, detentor de 7 Euro Ligas.
O Recco já contratou o centro do Jadran Herceg Novi, de Montenegro, Premus, o defensor do Mladost, da Croácia, Buric e o marcador de centro do Brescia, o espanhol Molina. Desses três, apenas Molina jogará na próxima temporada como estrangeiro, pois Premus e Buric renunciaram a nacionalidade esportiva montenegrina e croata, respectivamente, para jogar na Itália e até, se for o caso, pela seleção italiana, assim como também farão Udovicic e Benedek. Dessa forma, do atual elenco, apenas Kasas jogará como estrangeiro, uma vez que o húngaro Marcz, em final de contrato, deve sair, o mesmo podendo acontecer com o montenegrino Jokic. Mas o Recco não pára por aí, Figlioli está retornando do emprétimo ao Sori (jogará como italiano) e a contratação do centro montenegrino Zlokovic, que defende atualmente o Posillipo, está bem encaminhada. Falta definir o destino dos veteranos Calcaterra, Bencivenga e Angelini, mas as maiores possibilidades são de que os três permaneçam mais uma temporada no Recco. Volpi lamentou ainda a não concretização da contratação do húngaro Gergely Kiss na temporada passada, por problemas na documentação. Kiss acabou sendo um dos destaques do Primorac na final.
Choro italiano – Se os italianos dão show no quesito administração, o mesmo não se pode dizer da esportividade. Inconformados com a derrota para o Primorac, que segundo palavras do site waterpoloweb, “não faz parte dos grandes nomes da aristocracia aquapolista européia” (comentário, aliás, que revela todo elitismo e preconceito que têm impedido o polo aquático de crescer para além da Europa Central), os italianos derramaram críticas a tudo e a todos. Sobraram acusações contra os ábitros, contra o técnico do Primorac (“um ex-centro de pouca classe”), contra a torcida montenegrina que “xingou o Recco em italiano”, e até mesmo contra a Federação Italiana que não enviou nenhum representante a Rijeka. Nas reportagens sobre a final foram fartas as frases tais como: “O Primorac renunciou ao polo aquático e jogou feio, sujo e na maldade”; “contra o Kotor o ‘verdadeiro’ Recco teria vencido fácil, e um Recco ‘normal’ haveria simplesmente vencido”. Ou declaraçõoes do tipo: “Isto não é polo aquático”, proferida por Eraldo Pizzo, manager do Recco. Até mesmo o craque húngaro Kasas entrou no clima e afirmou que “o Recco perdeu para si próprio” e que “aquilo era luta aquática e não polo”.
Quem teve a oportunidade de assistir a partida, viu um time super motivado, jogando a partida “da vida”, contra um esquadrão superior tecnicamente, mas que parece ter sido surpreendido pela disposição do adversário. Talvez, o que os italianos devessem examinar com mais cuidado é porque nenhum jogador italiano (com exceção do goleiro Tempesti) é citado na descrição dos lances principais do jogo, quando só estrangeiros marcaram os gols do Recco.
Bom, de qualquer forma, o choro é livre.

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