Abaixo, transcrevemos partes da matéria do Jornal O Globo, de 04 de dezembro de 2008 - Caderno Esportes - página 37, intitulada: Medalha no peito ou bolso vazio - Confederações esportivas terão de expor publicamente e cumprir planos de metas:
- A nova divisão dos recursos: Confederação Esportes Aquáticos: 2008: R$ 2.278.000,00 - Estimativa/2009: R$ 2.500.000,00, Valores/2009: R$ 2.500.000,00 - diferença 2008/2009: 9,7%, portanto o estimado foi aceito e houve uma aumento de 9,7% em relação a 2008, maior que a inflação/IGPM do período.
- " É uma discussão nova no esporte brasileiro, afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman - Todo mundo tem suas metas, sabe exatamente onde pode chegar. E agora isso vai ter de ser exposto publicamente. Não podíamos pôr os atletas sob pressão num ano olímpico, dizer que tinha de chegar e ganhar. Mas agora são quatro anos no ciclo olímpico.Ninguém vai poder reclamar que não sabia." Na prática, os atletas vão continuar pagando a conda por más administrações e agora ficarão ainda mais expostos na hora das cobranças.
A intenção do COB, que analisará todas as metas traçadas pelas confederações, com autonomia para mudá-las, além da obrigatoriedade de cumprir e apresentar seus próprios objetivos.
O assunto finha sendo discutido entre o comitê e o Ministério do Esporte desde os resultados abaixo do esperado da delegação brasileira nos Jogos de Pequim, ao fim de um ciclo no qual foram investidos mais de R$ 692,58 milhões dos cofres públicos(num custo aproximado de R$ 53 milhões por medalha conquistada em Pequim, fora as do futebol, modalidade que não recebe verba federal). Há em Brasília uma pressão cada vez maior para que o ministério não se limite a assinar o cheque e tenha participação mais direta nas decisões envolvendo a divisão do bolo.
O deputado federal Miro Teixietra (PDT-RJ) há meses vem lutando pela abertura de uma CPI sobre os investimentos no esporte.
Se a distribuição das verbas da Lei Piva já não gera tanto descontentamento com as novas cifras apresentadas e o plano de metas surge como veículo para dar mais transparência ao uso das verbas.
Ministério do Esporte e cartolas ainda divergem num ponto: o fim das reeleições sucessivas nas entidades esportivas.
O ministro Orlando Silva deixou claro, na última segunda-feira, sua vontade de criar mecanismos para condicionar o repasse de recursos federais à democratização das confederações, limitando a uma reeleição a permanência máxima no cargo.
Na presidência do COB, desde 1995, depois de dirigir a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) por 21 anos. Nuzman cita um exemplo europeu para sustentar o desejo de se perpetuar no poder.
-" É um direito do ministro de dar sua opinião - disse ele - Mas queria lembra que recentemente a Espanha elegeu três presidentes de federações internacionais e dois vice; E não foi limitando tempo de mandato. Foi com trabalho, mérito e prestígio internacional e isso leva tempo."
Aliados de peso de Nuzman como o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coracy Nunes, no cargo há 20 anos e Ary Graça, presidente da CBV desde 1997, afirmam que uma lei do gênero deveria limitar também reeleições de deputados, senadores e, principalmente de ONGs, que são remunerados, recebem verbas públicas e se reelegem repetidas vezes.
- " Há quanto tempo o VIVA RIO tem o mesmo presidente? Se é para fazer a lei, que seja para todo mundo - argumenta Ary Graça."
- " Se tiver salário, presidente de confederação esportiva vai até preso - dispara Coracy - Se um dirigente for ruim, ele não vai continuar no cargo. Dirigente só engana determinado tempo.
Em tempos de mais uma candidatura olímpica do Rio, todo peso político no exterior é sempre bem vindo. Mas os argumentos a favor do continuísmo levantam uma questão: afinal, os recursos públicos são para formar novos atletas ou dirigentes de federações internacionais.
Comentário do Blog: Em relação ao argumento do Presidente Nuzman, sobre a Espanha, realmente, ela representa uma potência na burocracia esportiva mundial, mas como potência esportiva teve uma queda impressionante ficando em 14º lugar com 5 de Ouro (Brasil teve 3), 10 de Prata (Brasil teve 4) e 3 de Bronze (Brasil teve 8) totalizando 18 medalhas contra 15 medalhas do Brasil, um resultado pífio que já causou questionamentos na Espanha. Sendo que uma medalha de ouro foi conquistada pelo tenista profissional Rafael Nadal e outra pelo veterano no ciclismo Joan Llaneras que tinha sido ouro em Sidney e prata em Atenas. Além disso o presidente do Comitê Olímpico Espanhol (COE) Alejandro Blanco, antes dos Jogos de Pequim fizera uma previsão de 6 medalhas de ouro. Já na previsão do nosso presidente houve a previsão de até 8 medalhas de ouro, que acabaram sendo três. E se analisarmos duas não dependeram das confederações a que estão ligados os atletas: César Ciello: mora, treina e estuda nos Estados Unidos e ainda temos a lembrança do desabafo dele e de seus familiares à respeito de ajuda financeira prometida. E Maurrem Maggi, que só reapareceu a partir do Pan 2007, ficando quase "escondida" pela CBAT,durante sua punição por dopping.
Em relação aos argumentos apresentados pelos presidentes de Confederações, lembramos que o colégio eleitoral de uma deputado e/ou senador num estado como São Paulo é de aproximadamente 25 milhões de eleitores, sendo que para deputados são quase 30 candidatos por vaga. Já as eleições para as confederações, o colégio eleitoral é composto pelos presidentes de 27 federações estaduais (26 estados e o Distrito Federal), portanto com podemos dizer: facilita o corpo à corpo do candidato ao cargo.
Mas uma boa notícia para o pólo aquático: foi manchete no jornal FOLHA DE SÃO PAULO, nesta semana, que caso o Rio de Janeiro seja eleito como sede para os Jogos Olímpicos de 2016, o Parque Aquático Maria Lenk, será do pólo aquático, nado sicronizado e saltos ornamentais. Pois mesmo antes do Pan de 2007, já se sabia que o Comitê Olímpico Internacional (COI) exige para a natação um parque esportivo de 12.000 à 15.000 lugares, lembramos que o Maria Lenk, tem na melhor das hipóteses 6.500 lugares.
3 comentários:
é vamos torcer para aparecerem mais Ciellos, Borge, Sherer....só assim os outros esportes garantem mais grana. se a moda pegar nos CONs,depender de medalha de ouro, para ganhar grana pode fechar as portas a Espanha, Italia, Alemanha, ....pobre do Canadá, Brasil .........
segundo o COB. A natação e o nado-sincrizado serão em uma instalação temporária. o pólo e o salto sim é que serão no Maria Lenk.
Sera´que a famosa caixa preta da CBDA vai ser aberta ?
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