segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Water Polo Development discutiu "o dia depois de Pequim"


A associação Water Polo Development, organizou em Veneza, Itália, durante o fim-de-semana de 20 e 21 de setembro, seu segundo workshop. Intitulado “O dia depois de Pequim”, esse workshop teve como objetivo encontrar soluções para a crise do pólo aquático - que experimenta uma queda constante de audiência e de interesse por parte da mídia -, assim como para o fracasso na expansão do pólo através dos cinco continentes. Abaixo, reproduzimos uma síntese do que foi publicado nos principais sites europeus sobre o workshop.
A principal indicação resultante do workshop, foi a necessidade de se implementar um projeto de desenvolvimento, organização e promoção do pólo aquático, internacionalmente. Essa proposta, que ficou de ser conduzida por Bartolo Consolo, ex-presidente da LEN, é embasada na colaboração e cooperação de alguns elementos chave do pólo aquático: clubes, federações nacionais, federações continentais e federação mundial.
Um dos principais eventos destacados como veículo de propaganda do pólo aquático e de sua difusão nos 5 continentes, foi o Festival HaBa WaBa, destinado a crianças de 6 a 10 anos de idade e promovido pela WPD. Depois do sucesso da 1ª edição, realizada este ano, a WPD vem recebendo diversos pedidos de participação de federações e clubes do mundo todo. A 2ª edição acontecerá em junho de 2009, em local ainda não definido.
O workshop discutiu, também, aspectos técnicos, abordados por alguns dos principais treinadores da atualidade, entre eles: Rafael Aguilar (“Escola de pólo aquático para jovens na Espanha”), Ratko Rudic (“O desenvolvimento do pólo aquático ao redor do mundo”), Dejan Udovicic (“A inferioridade numérica em Pequim), Alessandro Campagna (“A evolução do jogo de Atenas 2004 a Pequim 2008”), além de Juan Janè (treinador da seleção feminina chinesa em Pequim 2008), Petar Porobic (treinador da seleção de Montenegro), Tom Hoad (“guru” do pólo aquático australiano), Roberto Ghiretti (um dos maiores experts em marketing esportivo) etc.
Destacaremos a intervenção de Ratko Rudic.
Rudic declarou ter ficado insatisfeito com a organização da FINA em Pequim: o pólo aquático foi excluído da piscina principal. Na verdade, o pólo não jogou no Cubo d’Água. Sem dúvida, um passo atrás, já que foi negada ao pólo uma grande platéia. Segundo Rudic, o pólo demonstrou na Olimpíada de Barcelona 92, no Mundial de Roma 94 e, mais recentemente, nos Jogos de Atenas 2004, de precisar de uma piscina com pelo menos 10.000 lugares.
A novidade em Pequim: sem dúvida, a Austrália, que assim como a seleção masculina dos EUA e a feminina da China, acrescentaram bastante “oxigênio mundial” ao monolítico movimento europeu. A Austrália mostrou um grande progresso: empatou com Montenegro e perdeu por apenas um gol para Hungria e Espanha. Hoje, é uma equipe forte e poderá chegar ainda mais longe no Mundial de Roma.
Segundo Rudic, é indispensável aumentar o número de equipes participantes no Mundial, uma vez que somente participando do Mundial, certos países poderão crescer tecnicamente e divulgar esse crescimento em seus territórios.
Rudic criticou o calendário desse ano que colocou o Europeu a apenas um mês de distância da Olimpíada. Como é uma competição importante, não pode ser disputada durante uma preparação olímpica.
Assim como no Mundial, Rudic defende um aumento de participantes no Europeu, o que, entre outras coisas, aumentaria o interesse da mídia.
O mesmo raciocínio Rudic utiliza para a Euro Liga, principal campeonato de clubes do mundo, ou seja, um aumento no número de clubes participantes, o que proporcionaria, da mesma forma que no Mundial e no Europeu, um crescimento técnico das equipes que não são de primeiro nível, maior divulgação do pólo aquático e maior interesse da mídia.
Por último, Rudic abordou a questão da Liga Adriática, que tem sua primeira edição na atual temporada, apresentando uma nova proposta: uma Copa que reunisse as equipes húngaras, croatas, sérvias, montenegrinas, romenas, eslovacas e eslovenas, também como uma forma de maior difusão do pólo aquático.

Um comentário:

Anônimo disse...

...enquanto isso no Brasil tem gente que acha que é facil botar o polo na mídia e aposta que é falta de vontade.Se na Europa tá assim...o último a sair apaga a luz