Ótima iniciativa

Lyns, auxiliar-técnico da seleção júnior, em foto do site waterpolo-planet.com

Ao longo de quase um ano de atuação, o blog sempre bateu na tecla do diálogo e da transparência como formas de tentar mudar a atual situação do pólo aquático brasileiro. Sempre defendemos uma maior troca de idéias entre todos os envolvidos e interessados em fazer o pólo crescer. Dessa vez não temos do que reclamar. Pelo contrário, temos que elogiar. Durante o Campeonato Brasileiro Juvenil, disputado no último final de semana no C. R. Flamengo, no Rio de Janeiro, foram realizadas duas reuniões para se debater idéias para o pólo aquático. A primeira, na sexta-feira, foi um Conselho Técnico e contou apenas com a presença de dirigentes e técnicos, que discutiram novos formatos para os campeonatos e as seleções (em breve traremos todas as informações sobre essa reunião). No sábado foi a vez de um bate-papo, aberto a todos os interessados, com os técnicos Ângelo e Lyns, além do árbitro Roberto Cabral, que estiveram recentemente em Long Beach participando do Mundial Júnior. Dezessete pessoas participaram desse bate-papo de sábado, entre elas os técnicos Duda e Frank, do Paineiras, Chiappini e Betão, do Pinheiros, Crivella e Hall, do Tijuca, Beiçola, do Guanabara, o diretor da CBDA Ricardo Cabral, Dona Dulce e Andréa, mesárias da FARJ, um membro da comissão técnica do Paulistano, três atletas do Botafogo e um do Guanabara, um pai de atleta e um representante do Touca 14.
A reunião começou com o árbitro Roberto Cabral expondo alguns critérios de arbitragem recomendados pela FINA por ocasião do Mundial Júnior. Foram discutidos alguns lances de jogo e as interpretações possíveis da arbitragem, com os presentes aproveitando para tirar algumas dúvidas junto ao árbitro Cabral.
Em seguida, o técnico Ângelo, capitaneado pelo técnico Lyns, que levou todas as estatísticas referentes a nossa seleção, iniciou uma detalhada explanação sobre a participação brasileira nesse último Mundial Júnior. O período de treinamento da seleção brasileira, tanto no Brasil quanto nos EUA, foi todo explicado em pormenores: o que foi feito, como foi feito, quais os resultados esperados e quais os obtidos. Depois, os jogos do Brasil foram analisados um por um, tanto tática como tecnicamente, sempre apoiado em estatísticas (infelizmente o datashow do auditório não estava funcionando, senão teríamos tido a oportunidade de assistir alguns lances do Mundial). Outros aspectos do Mundial que não envolviam diretamente o Brasil (os jogos das principais seleções, por exemplo) também foram analisados. Todos os participantes tiveram a oportunidade de fazer perguntas e colocações e, no final, a discussão acabou caminhando para as possibilidades de mudança do quadro atual do pólo brasileiro. Foi confirmada a pré-convocação de, a princípio, 30 atletas da faixa etária '91/92 (30 no masculino e 30 no feminino), para clínicas que deverão ser realizadas em novembro (já com orçamento aprovado), visando o início da preparação para o próximo ciclo júnior. Várias idéias e sugestões foram lançadas e a sensação que ficou é que muito há ainda a ser debatido, com todos se disponibilizando a repetir quantas vezes forem necessárias essa iniciativa.
Sabemos que as soluções para o pólo aquático brasileiro não acontecerão do dia para a noite, porém, somente reunindo pessoas interessadas em ajudar a mudar essa situação, e discutindo abertamente os problemas, é que alguma coisa poderá acontecer. Essa reunião de sábado foi um primeiro passo importante, tomara que a caminhada continue.