Escrevo, hoje, não só como membro e fundador deste blog, mas também como atleta. Os Festivais Infantis RJ que serão realizados nesse ano são o retrato perfeito da maneira que a FARJ está cuidando do pólo aquático carioca. Tudo começou com as sucessivas mudanças na data dos dois Festivais da FARJ. Só em agosto, numa reunião de urgência, o caso foi resolvido: a FARJ abrira mão da organização do torneio, repassando-a aos clubes. O combinado foi que cada clube (Botafogo, Flamengo, Fluminense, Guanabara e Tijuca) organizaria um torneio. Até aí tudo bem...Quem não quer jogar 5 campeonatos estaduais ? Mas a fórmula que os torneios terão (ou, pelo menos, terá nesse do Guanabara) transforma o Festival numa verdadeira brincadeira entre as equipes:
- 2 tempos de 10 minutos corridos (num jogo como o pólo, tempo corrido prejudica muito o nivel dos jogos)
- não haverá placar contando os gols (ótimo para quem está na arquibancada, não ?!)
- as equipes jogarão 7 partidas num único dia (não há equipe, por mais bem "nadada" que seja, que aguente 7 jogos)
- equipes jogarão 2 vezes seguidas
- não haverá tempo (como os técnicos corrigirão os erros de suas equipes durante a partida?)
Infantil do Tijuca de 2006. Campeão do último Festival realizado pela FARJ
Além disso, achamos que não haverá premiações para artilheiros e goleiros menos vazados. Não sei se isso será um torneio ou um "treinamento de luxo"... Assim, é visível o completo DESLEIXO da FARJ quanto ao pólo e, principalemete, quanto ao Infantil, uma categoria que nunca foi levada à sério por muitos, mas é importantíssima para o desenvolvimento do esporte. Só para comparação: o Torneio da ESCOLINHA do Tijuca Tênis Clube tem um modelo parecidíssimo com o modelo adotado no Festival (+ pedido de tempo e cada time só joga uma vez por dia). De bom nesse Festival, só a permissão de times femininos no torneio, que não conseguem ter um campeonato próprio devido à falta de clubes (alguns clubes, inclusive, tem plenas condições de ter feminino). A CBDA, que sempre é criticada, nunca deixou de assumir a responsabilidade da realização de seus dois torneios, com no mínimo dois dias. A mesma coisa vale para a FAP (que tem dado um banho de organização em sua co-irmã), que continua fazendo seus Festivais tranquilamente.
Ouve-se ao término das competições nacionais e internacionais que uma das causas do fracasso brasileiro é o não comprometimento dos atletas, pois estes não treinam suficientemente. Pior que isso, é o que está acontecendo: atletas que treinam MUITO para jogarem um torneio desses (não só esse Festival Infantil, mas TODOS os torneios realizados pela FARJ). A consequência dessa situação já está sendo sentida, pois, até agora, 6 dos 8 campeonatos nacionais realizados nesse ano foram vencidos por paulistas.
JÚNIOR - Segundo informações, hoje será realizado, no Flamengo, um coletivo entre as equipes cariocas juniores (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Tijuca) que jogarão a Copa Brasil, em São Paulo, nesse final de semana.
7 comentários:
Caro Bugui,
respeito sua opinião, mas permita-me discordar de vc. Vamos por partes.
1) com relação a questão da FARJ e dos clubes, apesar de ser por vias tortas (a total e absoluta falta de recursos da FARJ), vejo com muito bons olhos o fato dos clubes (nas figuras de seus técnicos) estarem tomando as rédeas do pólo carioca. Era uma coisa q já devia ter sido feita há muito tempo. No q diz respeito a organização dos campeonatos, ninguém melhor do q os técnicos para decidirem, a FARJ, através do seu presidente e do diretor de pólo, tem q ser apenas a mediadora das decisões dos clubes e, no caso de algum impasse, decidir pelo q é melhor para o pólo carioca, com o compromisso de todos acatarem. Ñ adianta cobrar em cima de uma situação ideal, no momento a FARJ está à beira da falência, é hora de todos q gostam do pólo assumirem suas responsabilidades e algum sacrifício (ñ só os clubes, mas juízes, mesários, atletas etc.), se as cobranças forem feitas sem levar em conta o real tamanho do problema, ñ vamos conseguir sair desse pântano.
2) com relação a categoria infantil, vejo de forma muito diferente de vc. O principal objetivo do infantil ñ é competir, mas fazer com q a garotada passe a entender e a gostar de pólo. Por isso q de 2 anos para cá, a FARJ, seguindo o modelo da CBDA, aboliu os campeonatos estaduais e adotou os festivais. O nome já diz tudo: é, em primeiro lugar, uma festa e ñ uma competição. É para ser isso mesmo, uma "brincadeira" entre as equipes. Vcs, atletas do infantil, terão muitos anos de competição pela frente, agora, o mais importante é aprender a gostar de pólo. Nunca houve nos festivais infantis da CBDA premiação para artilheiro e goleiro, e a própria CBDA, ampliando o sentido de Festival, aboliu critérios de desempate. Os festivais da FAP tb tem regras especiais e tb enfrentam dificuldades, o realizado no começo do ano, por ex., contou apenas com 4 equipes: ECP A, ECP B. CPM A. CPM B. No último Festival de Inverno, só 2 equipes paulistas compareceram.
3) qto ao fato de jogarem 7 partidas num mesmo dia, bom, é um festival! Cada equipe só jogará 2 vezes seguidas apenas uma vez. Quem estiver cansado pode dar uma paradinha e ir para os comes e bebes. Mesmo assim, duvido q algum atleta aceite ir pro banco descansar numa boa. Eu falo isso pq já fui criança e lembro q jogava bola o dia inteiro, ñ gostava de sair nem com fratura exposta! Além do q, por mais q nós, pais, adoremos ver nossos filhos jogando, cá entre nós, 2 dias de festival é complicado, temos outros compromissos, sem contar q tb queremos descansar um pouco no final de semana, imagina 5 finais de semana completos! Aposto q todos os pais concordam q 1 dia é muito melhor q 2.
4) com relação ao aspecto técnico, volto a insistir, ñ é a principal preocupação q se deve ter na categoria infantil. O nível dos jogos ñ importa, o importante é q a garotada seja cativada pelo esporte, mas, de qq forma, os técnicos terão a tarde inteira para conversar com seus atletas e corrigirem eventuais erros.
5) o aspecto mais polêmico é a ñ contagem dos gols. Realmente é uma experiência q radicaliza esse conceito de festival. Confesso q ñ sei dizer qual vai ser o efeito prático dessa idéia, mas frente ao q andou acontecendo nos últimos festivais, com brigas na arquibancada e falta de respeito generalizada, vale a tentativa de se abolir o aspecto competitivo. Os pais, garanto, vão continuar a torcer por seus filhos do mesmo jeito, e continuar a dar "instruções". Além do q, é uma experiência, caso ñ fique legal, é só voltar atrás nos próximos festivais.
Por último, tomara q tenhamos mesmo os 5 festivais q estão previstos.
Caro colunista,
o Rio deu um ponta pé no polo com estas medidas!!!!
o objtivo é a festa, festa!!!!
muitas crianças, salgadinhos e bolo no final!!
este é o verdadeira formação de futuras equipes.
v. sabia que tem paizes, que a bola é pequena, o gol é menor, não tem tempo parado, e assim vai!!!
acho que vai ser uma experiencia otima!!!
se não der certo a gente muda né!!
um abração.
Canetti,
Tb respeito muito sua opinião, mas continuo com a minha. Acho q a formação de futuros atletas se dá no dia-a-dia dos clubes e ñ nos festivais. Esses são, para mim, lugar de festa e confraternização, aliás como em muitos países da Europa.
Qto as experiências, acho válidas. Os festivais são independentes, o Flamengo podia adotar um outro formato, até para testarmos outras opções.
Abs.
Meu amigo Bugui. Entendo sua decepção. Vc sabe que acompanho diariamente o treinamento de vcs e sei muito bem pelo que passam. Vc, por exemplo, já deveria estar brigando pela vaga de titular do infanto, apesar de sua pouca idade. Acho que o fato de em outras épocas os Torneios terem sido realizados de forma mais competitiva pode ter distorcido um pouco a maneira de vcs atletas encararem as situações. A sua geração ainda pegou a maneira mais cruel de se aprender qualquer coisa que é com a obrigatoriedade de vencer sempre. Vamos dar uma oportunidade para as mudanças. Quem sabe elas serão benéficas. Curta o seu sábado junto com seus amigos, jogue por prazer e não por obrigação. Faça o que mais vc gosta de maneira agradável, sorrindo, mas nunca sem determinação. Vc verá que será muito mais divertido.
É Emir, pode até ser...Mas, agora, com as mudanças de idade da FINA, a diferença de idade do Infantil para o Júnior só será de 4 anos...Com certeza, a partir de agora, o Infantil deve ser mais valorizado por todos...
Bugui,
a resposta ñ foi para mim, mas vou meter a minha colher mesmo assim. Dizer q o principal aspecto do infantil deve ser o lúdico e ñ o competitivo, ñ é sinal de pouco caso. Aliás, nos últimos anos, nenhuma categoria foi mais valorizada q o infantil. Agora o infantil tem até viagem anual, anos atrás (poucos anos) isso era impensável. No ano passado, as equipes do infantil aqui no Rio tiveram 5 festivais para disputar. Nenhuma outra categoria teve tantos jogos, e esse ano, se tudo sair como o previsto, serão 7. O maior problema, insisto, é conseguir cativar os atletas no infantil para q os treinos sejam um prazer, uma diversão, e q com isso aprendam a gostar do pólo. O índice de atletas q disputam o infantil e q acabam chegando no adulto é de apenas 2%, esse é um dos grdes problemas do pólo no Brasil.
Qto ao fato do Mundial Jr. agora ser sub-18 ao invés de sub-20, ñ vejo maiores consequências para o infantil.
Abs.
BUGUI...
sempre com suas sabias palavras. Botando em discussão fatos iminentes que poucos tem coragem de abordar. Queria elogiar a esse grande guri, que começa a descobrir o seu talento. Não só você, mas toda a família, como o pai Luís Fernando e o irmão mais velho Felipe. Não falo isso apenas por amizade, mas tambem pela a competencia de vcs. Sempre se dedicando por este blog, que tenho certeza que sem vcs, não seria nd. Parabens a tds. Estava devendo um comentario. hahahah
vlw
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