Recebemos na sexta-feira passada um e-mail do prof. Ricardo Cabral tecendo alguns comentários a respeito da matéria “Hora de repensar”, postada por nosso colaborador Emir. Em sua mensagem o prof. Cabral coloca sua opinião sobre a crise do pólo aquático carioca através de considerações sobre a relação da FARJ com os clubes e, também, sobre a figura de seu presidente, o sr. Marcos Firmino. A opinião do prof. Cabral, por si só, é um importante dado nessa discussão, uma vez que já há um bom tempo ele atua no pólo aquático brasileiro, inclusive em cargos de direção; some-se a isso o fato de suas considerações por respeito a FARJ e o sr. Marcos Firmino virem de encontro a opinião de alguns técnicos do pólo carioca com quem tivemos a oportunidade de conversar informalmente, o que aumenta ainda mais a relevância de tais opiniões para o debate atual do pólo no Rio. Isso nos levou a pedir ao prof. Cabral autorização para publicar seu e-mail como parte dessa discussão. Ele prontamente autorizou e ainda acrescentou mais um parágrafo. Segue abaixo a reprodução dos e-mails visando a continuação desse debate.
Me deixa ser um " pouco intrometido" participando dessa discussão. O que está acontecendo com o pólo do Rio de Janeiro, já estava se desenhando há muitos anos atrás. A FARJ, graças a iniciativa de seu presidente, Sr. Marcos Firmino, conseguiu viabilizar Torneios e Campeonatos, sem que , os clubes, gastassem um centavo nisso. Foi bom? Foi, até certo ponto. Isso levou a uma acomodação muito grande (e ainda haviam os que reclamavam) na medida em que desobrigou os clubes a contribuir com alguma coisa. Agora, sem apoio das Entidades Estaduais, isto é, Secretarias de Estado e Município, e sem os Bingos, a falta de dinheiro e recursos é completa. A verdade, é que durante os anos, ninguém se preocupou com o futuro. Agora, o futuro chegou. É hora de todos, procurarmos ajudar a FARJ, que sempre ofereceu apoio na figura de seu presidente.
Ps: A FAP adota, em contra partida, um modelo de organização oposto, onde os clube pagam por tudo (e olha que não é pouco).
Está na hora de todos ajudarmos!
Acrescento, ainda, que o mesmo durante muitos anos, viabilizou as viagens de equipes do Rio de Janeiro, colocando ônibus a disposição. Investiu em placar eletrônico importado, arcava com todos os custos de transporte de material, pagamento de arbitragem, enviava equipes para o Interfederativo (aliás, que só acabou porque a FAP, através de sua presidência não concordava mais em arcar com custos de viagem, para jogos só com o Rio de Janeiro).
Foram anos de Torneios e Campeonatos prolongados, nos quais quem decidia a realização eram os técnicos, e muitas vezes, até sem o " pé no chão", já que os recursos eram "fáceis".
Nenhum clube se preocupou e se preocupa até hoje, em realizar e organizar torneios complementares. Sabe porque? Porque é caro e dá trabalho.
Por isso, criticar agora, depois que sugaram tudo, é fácil.
A realidade da FARJ não é diferente das demais Federações, que tem suas entidades filiadas falidas e devendo muito.
A Federação de Ginástica, entre outras, já fechou as portas.
Como diz o ditado " bater em bêbado é mole ".
Ricardo Cabral
7 comentários:
Ou seja, a Farj quando pôde, fez de tudo para ajudar os clubes (tendo em vista que os mesmos estão falidos ou não recebem apoio das diretorias pq são prioritariamente clubes de futebol), em contra partida a toda poderosa CBDA que tem verba e muita, não faz absolutamente nada a respeito, fica cismando com esses meros camponatos de final de semana, que nem televisionados mais são, dando lugar a Troféus Brasil de natação...Cabral dá um tempo!!!
Ass: Amante desgostoso do pólo aquático.
RETIFICANDO: Troféu Brasil de Natação JÚNIOR!!!
Infelizmente, me parece q nessa questão da crise do pólo no Rio ñ existem mocinhos, só vilões. Concordo inteiramente com a crítica aos clubes. O esporte no Brasil é estruturado em cima dos clubes, só q esses são na sua grande maioria mal administrados, com suas diretorias quase sempre envolvidas em escândalos e denúncias de privilégios, e nada fazem pelo esporte. Os q tem futebol só tem olhos para sua “galinha dos ovos de ouro”, os q ñ tem só olham para o quadro social, q é o q garante votos. O esporte de competição é sempre tratado como um estorvo. Investimento ZERO!
Qto a FARJ, por mais q eu acredite na boa vontade do sr. Firmino, afinal já ouvi essa opinião de diferentes pessoas, ñ dá para isentar a responsabilidade da FARJ. Tudo bem q a falta de recursos é um problema grave, todos sabemos como é difícil fazer alguma coisa sem dinheiro, mas o q pergunto é: cadê os planos alternativos? O q tá sendo feito para contornar essa situação? Por mais q eu compreenda as dificuldades ñ consigo aceitar q um calendário anual seja divulgado em junho!! A FARJ precisa de ajuda, mas quais os canais q a FARJ disponibiliza para ser ajudada? Se alguém souber por favor me avise.
A verdade é q clubes, Confederação e Federações vivem pedindo ajuda, mas na hora de dividir as decisões e abrir mão de alguns privilégios ninguém quer. Ajuda para quê? Para manter essa mesma estrutura? Ñ contem comigo.
Clodoaldo tem razão. Há falhas em todas as pontas. Mas alguém tem que ser responsável pela coordenação do processo macro, e acredito que seja a função da CBDA.
Aliás, uma mudança interessante seria a CBDA abrir oficialmente, como o Cabral bem tem feito nas entrevistas,
e dizer: "ah, vocês estão achando que está tudo mal, então vão ajudar em quê?".
Talvez abrir pra debate fosse um caminho pra ver quem de fato tem interesse em ver o WP crescer.
Abs
Ano passado CBDA recebeu uma verba R$ 1.800.000,00 para realização do mundial junior de natação no Rio de Janeiro.
Essa verba dá bem para ter noção do mainá que é CBDA o valor era só para um evento e fora o patrocinio dos correios e outros patrocinadores.
Solução URGENTE: Nós, organizarmos os Torneios.
Prezados amigos, o Prof Ricardo Cabral pretende após a realização do PAN realizar um fórum de deabates para que sejam apresentadas sugestões para melhoria do pólo brasileiro. Vamos aguardar. Enquanto isso aqui no RJ estamos tentando viabilizar um encontro doméstico para identificarmos e sugerirmos melhorias na nossa própria casa.
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