sábado, 19 de novembro de 2011

O Fla-Flu da família Veloso

postagem do site esportivo: www.ahebrasil.com.br
19/11/2011 09:38 - Atualizado em 19/11/2011 10:03 Por João Lidington

Juliana e Tatiana aumentam a rivalidade em esportes diferentes.

Se para o escritor Nelson Rodrigues o Fla-Flu surgiu quarenta minutos antes do nada, na família da saltadora tricolor Juliana Veloso o clássico começou quando a irmã caçula Tatiana, de 18 anos, entrou para a equipe rubro-negra de polo aquático. As primeiras braçadas da jovem no esporte foram dadas, aos 12 anos, nas Laranjeiras, mas a ausência de um time feminino no clube fez com que a menina procurasse outro lugar para atuar. A primeira opção foi o Botafogo, mas em 2008 chegou ao Flamengo, onde teve que deixar o coração de lado, pelo menos nas piscinas.

- O meu coração é rubro-negro, mas só no polo aquático. Eu nasci dentro do Fluminense, então não tem jeito, sou tricolor nos outros esportes. No começo eu não imaginava vestir a camisa de um rival, mas atualmente eu até gosto e já faz parte do meu dia a dia como jogadora – confessou.

Companheira inseparável de estádio e torcedora apaixonada do Fluminense, a irmã Juliana Veloso também já viveu a experiência de usar o uniforme rubro-negro. Antes de começar a treinar saltos ornamentais, Juliana tinha o sonho de ser ginasta e para realizá-lo passou horas de sua juventude na Gávea.

- Já competi durante três anos (de 90 a 93) pelo Flamengo na ginástica artística e vestia a camisa mesmo. Vivia no ginásio do clube, mas as alergias a magnésio e a influência da família me levaram para os saltos e no Fluminense pude sentir o prazer de vestir a camisa do meu clube – afirmou a atleta.

Apesar de tricolor, Juliana Veloso tem dias de torcedora do rubro-negro

Mas engana-se quem pensa que a relação de Juliana com o Flamengo acabou por aí. Para ver o sucesso e a felicidade da irmã caçula, a saltadora vai às arquibancadas da piscina da Gávea e não tem outra alternativa a não ser torcer pelo arquirrival.

- Eu sei que para ela é muito importante o apoio da família. Então a gente acaba torcendo pela minha irmãzinha. É muito engraçado, porque enquanto a torcida grita “Mengo”, eu fico gritando o nome dela e tentando buscar outros adjetivos para evitar falar Flamengo. Mas confesso que já berrei gol do Flamengo por causa dela – admitiu Juliana.

Se a irmã ainda tem um pouco de resitência quanto ao time em que Tatiana joga, a mãe Eneida sabe separar o sentimento e veste a camisa junto com a filha a cada partida de polo aquático disputada pelo rubro-negro

- Não vou negar que por causa da rivalidade do futebol o Flamengo sempre foi o time que eu menos aprovava aqui em casa. Só que agora eu grito, canto e berro por ela e naturalmente pelo clube. Se eu estiver na beira da piscina vendo polo eu sou Flamengo desde pequena. Meu filho mais velho (Gustavo Veloso) é que brinca e pede para a Tati virar a camisa do avesso perto dele – brincou a fã número 1.

Campeã brasileira sub-19, em 2010, e presença constante nas listas da seleção brasileira adulta de polo aquático, Tatiana virou a exceção à regra não só na escolha do clube onde compete como também no esporte em que optou seguir a carreira. Afinal, a jovem é filha dos ex-saltadores Júlio Veloso e Eneida Lima e tem dois irmãos que praticam saltos ornamentais.

- Eu nunca forcei as minhas filhas a fazerem esporte. Acho que isso foi uma consequência natural. Quando ela estava crescendo, eu brincava dizendo: “essa aí não vai fazer esporte aquático, essa vai jogar xadrez porque já chega de tanto saltador na família”. A Tati chegou a tentar um pouco de saltos ornamentais, mas aí veio o polo, que me assustava muito no início, mas já me acostumei. Ainda assim fico muito nervosa durante os jogos e gritando para não afogarem a minha filha – destacou.

Com apenas 18 anos, a mais nova dos Veloso sonha representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, ao lado da irmã Juliana. Para isso, ela busca dentro de casa os conselhos para uma carreira de sucesso.

- Eu aprendo muita coisa com ela, porque desde pequena eu escuto as experiências que ela passou nas competições de saltos ornamentais. É muito bom contar com o apoio dela no esporte e sempre que ela vai me ver jogar eu fico mais confiante – contou a caçula.


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