sábado, 19 de novembro de 2011

Com DNA vitorioso, Grummy tenta seguir os passos do avô no polo aquático

Atleta do Sesi, de 17 anos, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara
postagem do site esportivo: www.ahebrasil.com.br de 17/11/2011 09:17 - Atualizado em 17/11/2011 11:13 Por João Lidington

Medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, Gustavo Guimarães, o Grummy, é mais um exemplo que endossa a tese de que o talento para o esporte está no DNA. A grande revelação do polo aquático nacional, de 17 anos, é neto de João Gonçalves Filho, mais conhecido como “Peixinho”; o atleta brasileiro que mais vezes participou de Jogos Olímpicos (sete no total), detentor de seis medalhas Pan-Americanas e 26 vezes campeão sul-americano de polo. Para contribuir ainda mais com a genética de Gustavo, o pai, Gilberto Guimarães, também foi jogador da modalidade e conquistou um bronze no Pan de Indianápolis, em 1987.

No entanto, antes de se render ao esporte e seguir a tradição familiar, Gustavo tentou a sorte no handebol, futebol, basquete e até na natação, mas incentivado pelo irmão mais velho, Ricardo Guimarães, passou a frequentar a escolinha de polo aquático aos 7 anos. A precocidade na iniciação esportiva se refletiu na sua carreira dentro das piscinas. Afinal, com apenas 16 anos, Grummy foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira adulta. E o segredo para o sucesso está na prática de outra modalidade.

- Eu faço levantamento de peso olímpico e esse foi um fator importante para eu entrar na seleção adulta tão novo e para me manter nela. Até hoje, isso é uma parte fundamental no meu treino para conseguir jogar e realizar o que quero nas piscinas, pois ganho em explosão, força e consigo “zerar” as minhas dores nos ombros e joelhos – contou o jogador.

O atleta do Sesi, de São Paulo, passou a incluir o levantamento de peso em sua preparação física aos 11 anos, por iniciativa do professor Edmilson Dantas. O trabalho permitiu que o marcador de centro (uma espécie de zagueiro no polo) ganhasse massa muscular e ficasse mais forte em relação aos outros jogadores.

Essa supremacia física e técnica já fez com que Gustavo ajudasse o Brasil a ser campeão Pan-Americano Sub-17 e Sul-Americano juvenil em 2011 e consequentemente chamou a atenção do mercado europeu. No entanto, a revelação da seleção garante que não pensa em sair do país.

- Já fiz um período de treinos na Itália, competi em 2009 por uma equipe da Espanha e já tive convites para sair do Brasil, mas o meu objetivo é ajudar o polo aquático brasileiro a crescer e voltar a participar dos Jogos Olímpicos – destacou.

Devido à falta de profissionalização do esporte, Grummy viu grandes atletas da modalidade se naturalizarem para poder disputar Olimpíadas por outras seleções. Esse foi o caso de Kiko e Felipe Perrone, que atuam pela Espanha, e Alexandra Araújo, campeã olímpica pela Itália. Porém, o Sesi-SP começou a implantar uma nova filosofia para o polo ao assinar a carteira de Gustavo e indiretamente ajudou a seleção brasileira a não perder um de seus craques.

- Para o polo aquático no Brasil virar um esporte profissional falta o apoio e investimento de mais equipes. O Sesi-SP vem com o profissionalismo e com a ideia de mudar toda a mentalidade do esporte. A saída dos nossos principais jogadores aconteceu pelo alto nível técnico deles e pela falta de profissionalização aqui. No meu caso, eu tenho o apoio do meu clube e a estrutura necessária para jogar e permanecer no país – ressaltou o garoto, que ganhou o apelido adaptado de Grummy por ter a voz grossa desde a infância e tê-la comparada a de Glommer, um personagem ogro da televisão

Em paralelo à vida de atleta profissional, Grummy tenta conciliar os treinos e competições com os estudos do pré-vestibular. Entre os cadernos e as piscinas, Gustavo sempre reservou um tempo para ouvir os ensinamentos do grande ídolo.

- Meu avô faleceu faz um ano, mas sempre que possível eu o escutava e procurava pegar o máximo de informações e conhecimentos para conseguir evoluir e tentar fazer um pouco do que ele foi capaz de realizar – lembrou.

Para o torcedor brasileiro fica a esperança de que o ditado “filho de peixe, peixinho é” possa não só se confirmar como também sofrer uma adaptação para futuros Pans e Olimpíadas: “Neto de Peixinho, campeão será”.

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